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Projeto da Desenvolve sobre cluster da mandioca está entre os 7 melhores do país

Projeto da Desenvolve sobre cluster da mandioca está entre os 7 melhores do país

Metodologia será apresentada em evento nacional e representa atração de investimentos para Alagoas

Projeto da Desenvolve sobre cluster da mandioca está entre os 7 melhores do país

Eliete Amâncio

A Agência de Fomento de Alagoas (Desenvolve) foi comunicada de sua indicação para apresentação do projeto desenvolvido para o setor que envolve a cadeia produtiva da mandioca. A seleção dos trabalhos científicos para a 7ª Conferência Brasileira de Arranjos Produtivos Locais (CBAPL) apontou os 7 melhores trabalhos de todo o país, entre eles, o da Desenvolve, o único do Nordeste.

A quantidade e a qualidade dos trabalhos apresentados foram definidas pela comissão avaliadora como extraordinária no tocante à diversificação dos projetos e à finalidade com foco na melhoria da qualidade de vida. A iniciativa visa estimular a produção científica de pesquisadores do tema e a ampliação da teoria disponível para pesquisa.

No caso do trabalho apresentado “Dinamização sustentável do cluster da mandioca no Estado de Alagoas”, o objetivo é considerar a convergência setorial com a tecnologia e a economia criativa para este arranjo produtivo. O projeto da Agência alagoana é resultado do diagnóstico feito pelo presidente da instituição, Antonio Pinaud, ao se deparar com a problemática do fechamento das Casas de Farinha, fonte de renda e sobrevivência de milhares de famílias do interior.

As unidades farinheiras, que permaneceram fechadas por quase um ano, foram interditadas em novembro de 2014 juntamente com outras quatro pela Fiscalização Preventiva Integrada (FIP), comandada pelo Ministério Público Estadual (MP/AL), por descarte irregular da manipueira no meio ambiente. Com a liberação de recurso pela Desenvolve foi possível instalar lagoas, para a decantação da substância tóxica, e biodigestores que, no decorrer do processo, irão eliminar a utilização de lenha.

Segundo Pinaud, o maior atrativo do projeto é o foco nas ações voltadas para a chamada Economia Verde, expressão utilizada para o conjunto de processos produtivos que, ao ser aplicado em um determinado local, possa proporcionar desenvolvimento sustentável nos aspectos ambiental e social. “Trabalhei a aplicabilidade deste projeto pensando no desenvolvimento econômico compatibilizado com igualdade social, erradicação da pobreza e melhoria do bem-estar daquelas pessoas, reduzindo os impactos ambientais negativos e a escassez ecológica”, pontuou Pinaud. 

O presidente da Desenvolve destaca que a indicação e o caráter inovador da metodologia favorecem a atração de recursos para o Estado de Alagoas, já que os gestores do Fundo Multilateral do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) observam atentamente este projeto e completa: “desenvolvemos essa metodologia pensando além da melhoria da qualidade de vida das pessoas que sobrevivem da mandioca, apostando em provar que Alagoas pensa e aplica projetos voltados à inovação com coerência e responsabilidade social. Mostramos que esse governo é capaz de criar soluções para uma vida digna para seu povo”, destacou Pinaud.

Em todo o Estado de Alagoas existem cerca de 200 casas de farinha e aproximadamente 20 mil produtores de mandioca. Com a aplicação do projeto será possível realizar ações coletivas e integradoras para gerar renda e emprego nessas localidades, direcionadas para a promoção do desenvolvimento deste segmento. A conexão entre as diversas possibilidades que envolvem a farinha de mandioca ajuda a garantir a sustentabilidade por meio de um padrão de organização que se mantenha ao longo do tempo.

A farinha de mandioca, cuja maior parte da produção se destina ao consumo humano, é utilizada também para a produção da massa e da goma da mandioca, para preparo de bolos, tapiocas e outros quitutes, e dos beijus, duros ou moles, preparados nas próprias casas de farinha.

O projeto da Desenvolve/AL será alvo também de publicação especial pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). A apresentação dos trabalhos científicos ocorrerá no dia 10 de dezembro, em Brasília.

 

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